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Planos de saúde passam a cobrir embolização de próstata

Por Professor Doutor Denis Szejnfeld*

A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) ou aumento da próstata é uma condição bastante frequente e atinge cerca de 14 milhões de homens acima dos 45 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. Quando aumentada, a próstata pode levar a uma compressão da uretra, canal que leva a urina da bexiga até a ponta do pênis.

Quando a compressão é acentuada, a pessoa fica com dificuldade para esvaziar a bexiga e apresenta sintomas como jato fraco, necessidade de fazer força para urinar, micção entrecortada e descontínua, múltiplas micções durante a noite e urgência urinária em alguns casos. Essa doença acaba afetando a qualidade de vida e ainda pode levar a complicações da função da bexiga, infecções urinárias e em casos mais graves a perda de função renal.

Os tratamentos tradicionais consistem em remédios à base de relaxantes da musculatura da bexiga e bloqueadores de testosterona e cirurgia de ressecção transuretral da próstata, a chamada RTU. Os remédios costumam ter efeito limitado e muitos pacientes sofrem com efeitos colaterais relacionados à disfunção ejaculatória e tonturas. Já a cirurgia, método consagrado para estas situações, é um tratamento mais invasivo que usualmente leva a disfunção ejaculatória e raramente incontinência urinária, além de necessitar de internação hospitalar e anestesia geral.

A embolização da próstata é uma terapia minimamente invasiva, realizada pelo radiologista intervencionista. Consiste na introdução de um pequeno cateter através da artéria com objetivo de ocluir os vasos que irrigam a porção aumentada. Esta falta de sangue provoca uma redução de volume e consequente melhora no jato urinário. A grande vantagem disto é não alterar morfologicamente a próstata, mantendo a ejaculação praticamente inalterada na maior parte dos pacientes e sem risco de incontinência urinária. O procedimento é feito em regime de hospital-dia sob anestesia local ou mínima sedação. Assim o paciente acaba voltando para casa poucas horas após o procedimento. O CERTA Expert Care Hospital, por exemplo, é um dos hospitais pioneiros que mais realiza essa técnica e posso perceber que além dos pacientes retomarem sua qualidade de vida, eles também recuperam sua autoestima.

Embora a técnica tenha sido desenvolvida no Brasil há mais de 10 anos e já conste como parte integrante do arsenal de tratamento desses pacientes em diversos guidelines internacionais, a cobertura por parte dos convênios não era obrigatória.

Após um trabalho intenso da SOBRICE, sociedade brasileira de radiologia intervencionista e cirurgia endovascular, em recente publicação da resolução normativa 465/21 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a embolização passa a ser entendida como código sinônimo da embolização tumoral não especificado e passa então a ter cobertura obrigatória. Vale ressaltar que a embolização das artérias prostáticas já consta na tabela TUSS.

Sendo assim, a embolização da próstata agora é um procedimento de cobertura obrigatória para as operadoras de saúde, que devem custear todo o tratamento aos seus beneficiários. Esse é um grande marco para os homens com Hiperplasia Prostática Benigna e vai agregar qualidade de vida e reduzir impactos relacionados a cirurgias mais invasivas nestes homens.

*Graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa Casa de São Paulo, Residência Médica em Radiologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Especialização em Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular pela Faculdade de Medicina da USP e doutorado pela Unifesp, onde atualmente coordena o setor de Radiologia Intervencionista Vascular, além de diretor da sociedade brasileira de radiologia intervencionista, Sobrice (CRM 108.885).

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